Atividade sexual após os 70 anos contribui para o equilíbrio emocional, promovendo saúde mental e física na terceira idade.
A interação entre corpo e mente é uma interconexão que ultrapassa a temporalidade biológica, influenciando profundamente o bem-estar holístico dos indivíduos.
No caso da senescência, particularmente após os 70 anos, a atividade sexual assume um papel preponderante e, frequentemente, subestimado. Longe de ser uma mera indulgência fisiológica, o envolvimento sexual nesta fase da vida revela-se um componente fundamental para a manutenção do equilíbrio emocional, mental e físico.
A Dinâmica da Atividade Sexual aos 70 anos
A partir de uma perspectiva psicossomática, a atividade sexual avança os limites do físico, atingindo o mental e o emocional. A estimulação sexual libera uma cascata de neurotransmissores e hormônios, como a dopamina e a ocitocina, que estão interiormente ligados às sensações de prazer e bem-estar.
Com o avançar da idade, o corpo sofre alterações hormonais e fisiológicas que podem impactar a libido e o desejo sexual. Porém, manter uma vida sexual ativa, mesmo após os 70 anos, pode contrapor esses efeitos, promovendo não apenas o prazer, mas também uma sensação de continuidade da vitalidade.
O processo de envelhecimento, embora natural, pode ser acompanhado de sentimentos de solidão, inutilidade e depressão. A atividade sexual, inclusive com o uso de acessórios como uma cinta erótica, atua como um antídoto poderoso contra tais emoções negativas.
Ela reforça a autoestima e a autoconfiança, além de impulsionar a intimidade e a conexão entre parceiros, elementos essenciais para a saúde mental.
Impactos Neurobiológicos: Potencializando o Bem-Estar Mental
Do ponto de vista neurobiológico, a prática sexual regular após os 70 anos tem o potencial de fortalecer as funções cognitivas e melhorar a memória. Estudos indicam que o aumento dos níveis de dopamina, associado à atividade sexual, pode contribuir para a neurogênese, o que facilita a formação de novas conexões neurais. Essa plasticidade cerebral é fundamental para manter a agudeza mental, mesmo em idades avançadas.
A liberação de endorfinas durante o ato sexual é um mecanismo importante para o alívio do estresse e da ansiedade. As endorfinas agem como analgésicos naturais e são responsáveis pela sensação de euforia e relaxamento pós-coito, que perdura além do momento imediato e contribui para uma redução prolongada dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
O Paradigma Social e Psicológico: Superando o Estigma
A sociedade, muitas vezes, perpétua um estigma em torno da sexualidade na terceira idade, tratando-a como um tabu ou algo anacrônico. Porém, é imperativo romper com essas percepções retrógradas, uma vez que a sexualidade é um aspecto inerente à condição humana, independente da idade.
A aceitação e valorização da atividade sexual como parte integrante do envelhecimento saudável são fundamentais para promover um ambiente onde os idosos se sintam livres para explorar e vivenciar a sua sexualidade sem culpa ou vergonha.
Do ponto de vista psicológico, a aceitação da sexualidade na terceira idade está correlacionada a um melhor ajustamento emocional e a um maior sentido de propósito e satisfação com a vida. A atividade sexual regular pode, inclusive, atuar como um fator protetor contra o declínio cognitivo e a demência, através da manutenção da saúde cardiovascular e cerebral.
A Inter-relação Entre Saúde Física e Sexualidade: Uma Abordagem Integrativa
Não se pode ignorar que a saúde física e a sexualidade estão intimamente ligadas. A prática sexual regular é uma forma de exercício que pode contribuir para a manutenção da força muscular, da flexibilidade e da capacidade respiratória. Ela melhora a circulação sanguínea e regula a pressão arterial, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares, que são prevalentes na terceira idade.
A sexualidade também desempenha um papel significativo no sistema imunológico, fortalecendo-o através do aumento dos níveis de imunoglobulina A, um anticorpo essencial para a defesa contra infecções. Assim, ao promover uma vida sexual ativa e saudável, os idosos podem beneficiar não apenas da melhoria da qualidade de vida, mas também da longevidade.
A atividade sexual após os 70 anos não deve ser encarada como um luxo ou uma anomalia, mas como um componente essencial para o equilíbrio emocional e a saúde geral.
Ela não apenas enriquece a vida pessoal e relacional dos indivíduos, mas também atua como um pilar de sustentação para a saúde mental e física. Superar os estigmas e promover um discurso inclusivo sobre a sexualidade na terceira idade é imperativo para que os idosos possam usufruir de uma vida plena e satisfatória em todas as suas dimensões.